Algumas vezes, quando questionada com essa pergunta, gosto de dizer que a solução vale um milhão de dólares - já que vamos imaginar, pelo menos com uma moeda de alta cotação (hehehe)... Só que isso é pura brincadeira, porque a resposta, apesar de não ser simples, é encontrada na psicanálise.
Ao longo de nossas vidas, passamos por infinitas situações que nos vão definindo… repare em expressões populares como "gato escaldado tem medo de água fria", "é com os erros que a gente aprende", "quem não erra não aprende", "nunca mais vão fazer isso comigo", e por aí vai… Se você se lembra de mais alguma, deixe aqui nos comentários!

E vamos juntando todas nossas experiências na sacolinha da decepção, dos traumas ou como quiser chamar. Nascemos e aprendemos a amar e, ao longo da vida, desaprendemos, de tanta porrada que tomamos.
Pois é, minha gente… quantas vezes depois de uma relação você coloca as vestes de proteção para uma próxima, criando uma verdadeira armadura emocional? E a gente se acostumou a chamar isso de experiência. Errado! Isso é trauma, bloqueia a nossa vida e nos faz cair nas relações que mais criticamos, sem que a gente perceba que está nelas.
Aposto com vocês que pelo menos um relato nesse sentido cada um de nós tem. E observem que não estou falando apenas sobre relacionamentos amorosos, mas no geral… Seja com aquele familiar que amamos por "obrigação", seja o colega de trabalho que se faz de amigo para puxar seu tapete… Expandindo o conceito de relação para toda a sociedade, percebemos que muitas delas são, sim, tóxicas. E a gente nem se dá conta disso.
Vamos nos acostumando com o ruim e procurando relativizar as coisas - estamos na era do "calma, isso não é bem assim" -, buscando explicações para a falta do outro, o desleixo, a insegurança. Por outro lado, somos tomados de uma força empoderadora que nos coloca na situação de poder ajudar o outro, a tirá-lo do buraco. Só que tem gente que não quer sair do lá e nós não percebemos. Infelizmente, não somos o messias do outro.
Costumo falar com todos os meus pacientes que para ajudarmos qualquer pessoa precisamos estar bem com nós mesmos. E isso é uma grande verdade. A nós, psicanalistas, é exigido análise pessoal semanal. Vocês sabiam? Pra cuidar da "cabeça" de vocês a nossa precisa estar em dia!
E, como muitas pessoas não estão cientes de quem são, ou dos próprios bloqueios, caímos nas armadilhas das relações cagadas. Geralmente dois seres, cheios de faltas e inseguranças juntam isso numa relação que já nasce doente, porque a enfermidade está dentro de cada um. E aí vira um cabo de guerra de frustrações, pois depositamos todas nossas expectativas no outro, já que aprendemos a procurar a metade da laranja, como disse um cantor do século passado, Fábio Júnior. Ou a tampa da panela…
Precisamos ser laranja inteira, panela completa com antiaderente potente. Aí sim estaremos preparados para cozinhar o banquete de uma relação saudável, próspera e alinhada com a nossa essência. Porque, ao contrário do que se diz por aí, tem muita gente legal nesse mundo, só falta análise para saberem explorar essa parte de si!
Forte abraço e até o próximo!
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