Relacionamentos abusivos começaram a ser pauta dos assuntos sociais muito recentemente. Grande parte de nós cresceu convivendo e tendo que lidar com pequenas atitudes abusivas dos familiares. E muitas delas ainda se justificavam como atos de amor e cuidado. Essas são as referências mais próximas que temos e a tendência é que a gente repita isso nas relações da vida, ao naturalizar abusos como atitudes cotidianas e rotineiras. Percebem o perigo disso?
Nossas primeiras noções de proteção, amor e cuidado, vêm junto com abuso, cobranças excessivas e invasão do nosso espaço. Entendemos tais comportamentos como naturais e replicamos isso nas demais relações. Pra piorar, a gente acha que é normal, que é assim mesmo, que tudo bem se sentir invadido pelo outro, que sofrer um abuso aqui e outro ali faz parte "da vida". Fica mais tenso ainda quando as pessoas não conseguem nem perceber determinadas atitudes como abusivas, apesar de se sentirem incomodadas em algum nível, quase como se tivesse com um espinho no pé sem perceber.
É difícil reconhecer, aceitar e conseguir mudar.
Ter o distanciamento necessário para poder observar a situação e o que incomoda é delicado. Olhar para pessoas que amamos e reconhecer que elas também nos fazem sofrer é duro. Há uma linha tênue entre um simples cuidado materno que parece ajuda e a invalidação do sujeito. Varia de caso para caso, muda a forma, mas o fato é que reconhecer as relações tóxicas, principalmente as de dentro de casa e familiares é, ao mesmo tempo, um desafio e uma libertação.
Pais, avós, irmão, tios, chefes, colegas de trabalho, escola, faculdade… podem ser abusivos sem você perceber. Defender seu espaço, pontuar seus incômodos, estabelecer seus limites e apresentar para o outro pode ser difícil de imaginar, mas a terapia tem capacidade de te estruturar até o momento que você se sinta confortável para lidar com a situação.
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